terça-feira, fevereiro 18, 2014

Sinalização Gráfica Desinformativa de Trânsito - Falta de Informação Total

Cadê a calçada?
Resolvi começar a escrever com esse título:Sinalização Gráfica Desinformativa para Trânsito/Transportes - Falta de Informação Total, depois de um passeio pelo centro do Rio. Estive andando pelo centro da cidade do Rio, que virou um grande canteiro de obras, e fiquei bastante preocupado com a sinalização gráfica empregada na cidade. Se eu, que sou carioca, nascido e criado aqui, não entendi patavina, imaginem os turistas! Ela está confusa, nada informativa e, totalmente, desorientadora. Eu não sei quem propôs isso, mas com certeza não tem o expertise de sinalização urbana, acha que placa de publicidade é a mesma coisa que placa de informação de trânsito/transporte. Esquece que quando se faz uma sinalização deste tipo tem que pensar no todo, que a população é heterogênea, multifacetada e cada um tem uma interpretação diferente do autor. Tem que se desenvolver, projetar algo padronizado, simples e uniforme, não é para inventar placas de propaganda. Não deram nem ao trabalho de consultar quem sabe, foram fazendo como se fossem os donos do expertise e não são, lastimável! São bonitas? Criativas?...Algumas sim, mas a maioria nem isso! E, o pior, não desempenham o seu papel principal e a sua verdadeira função: INFORMAR!
Where is WALLY?!?!?!
Sinalização de trânsito/transportes tem que ser a mais óbvia possível, de preferência trabalhar com três tipos de comunicação: cor, iconografias e texto
Wally is here!
(tipologia bastonada, sempre). Deveriam, pelo menos, ter evidenciado nas placas para ônibus municipais, as cores dos consórcios da empresas e seus itinerários!...Ahhhh...mas daí teríamos que confeccionar vários modelos!? É isso mesmo???...É, oras!..Porque acham que os governos tem tanto gasto com esse tipo de sinalização? Além da depredação, tem o tempo de vida útil, intempéries, etc, etc,...
Esse tipo de sinalização urbana faz-se necessário respeitar a ótica, a ergonomia e a locação, duvido que tenham usado esses critérios, o critério deve ter sido: Onde da mais visibilidade política? Chato isso! E, na elaboração, com certeza usaram um programa gráfico qualquer (sem utilização de técnicas) e se basearam no olhômetro(WYSIWYG), claro que é muito mais rápido para conceber dessa forma do que ter que ficar pensado muito, diagramando, calculado tamanho de fontes e espaçamentos de letras, trabalhar com escala e ainda ter que ouvir os "entendidos" dar pitaco no trabalho do designer: Você não acha que essa fonte aqui poderia ser maior! Ihhh...essa cor, não tá legal!" E esse "mapinha", não dava para ser mais coloridinho e com mais desenhinhos?...tsc E o material empregado para confecção das placas? Esses nem pensaram!...algumas placas são em plástico(PVC/poliestileno) e já estão deformando com o calor, além de grandes demais e que ocupam, quase que, completamente as calçadas obrigando o pedestre andar no meio da rua. Uma "M"!...tsc Tem algumas colocadas a esmo e sem função nenhuma, perdidas no meio do nada, com as bordas em canto vivo, informando que você vai do nada, a lugar algum e direcionadas a ninguém, de tão mal posicionadas. Informa ao transeunte/passageiro nada de coisa nenhuma, lembrando muito o joguinho: "Onde está o Wally!"
Algumas placas indicam quais as empresas que param naquele local, mas não referenciam sua origem e o destino do transporte, passam a ideia que o ponto é da empresa de ônibus e estão bem distante do regulamentado pelo *CTB. Ruim demais!
Seria o sargento Garcia?
Ahhh...E tem também as placas dos **BRS, que não possuem padrão *CTB e foram desenvolvidas para quem tem menos de quarenta anos.Vide o tamanho das letras e a tipologia que em nada facilita a leitura para a galera com mais idade, por sua vez as placas são cheia de cantos vivos e causadores de possíveis acidentes e processos contra administração pública. É brabo!. São feias? De maneira nenhuma, precisa de alguns ajustes e redimensionamentos, também achei que algumas informações foram colocadas em posições extremamente altas, vi pouco uso de sinais universais ( isso percebi em todas as placas), maasss a sinalização do **BRS ainda se salva!...Já não posso dizer o mesmo das placas provisórias de PVC!...tsc
Ahhh...mas essas placas/painéis são provisórias! Diria um defensor, acontece que a sinalização de desinformação já está feita e a crítica também, não tomem como algo destrutivo mas como acréscimo.
O uso de mapas como parte integrante é louvável, mas ele sempre deve ficar alinhado, de preferência, com a sua locação, norteando a posição no mapa em relação a posição do observador (tipo: você está aqui ao contrário). Observei a ausência de pontos de referência nos mapas, tem pessoas que só se localizam assim (lembram da heterogeneidade da população?).Temos que lembrar que a grande maioria da população não tem o hábito de se guiar e de entender mapas, então é sempre bom colocar pessoal de apoio e treinado para informar o que está acontecendo ali, sempre com material gráfico para distribuição (lembrando que o material tem que ser bastante claro e sem firulas, isso não é propaganda, é informação ao contribuinte!). O mapa deve orientar e mostrar os caminhos a tomar pelo transeunte, com imagens, texto claro, itinerários para deslocamento a pé/ônibus, etc, etc,...depois de um tempo isso vira rotina e deixa de existir a
necessidade destas pessoas. Não acreditem que com aquelas soluções de aplicativos para smartphones que tudo está resolvido! Nossa população (na sua grande maioria) desconhece isso, não tem smartphones e nem sabe como usá-los! Não acredite (desenvolvedor/designer/publicitário) que você conhece o comportamento de toda população, você vai ver que na prática cada um tem seu entendimento, você tem que ir pela média e depois o boca a boca se encarrega de fazer o resto (nossa população é heterogênea, lembrem-se!).
Foto Jornal O dia
Outra situação que observei foi o uso de faixas de sinalização provisória e com o mesmo problema da falta de observação aos conceitos básicos da ótica e da ergonomia. As fontes estão condensadas, o que dificultam a leitura a distância, dependendo do posicionamento tendem a se aglomerar e quanto mais distante estiverem do observador mais difícil se torna a leitura, ela se transformam num bloco único num borrão (lembrem-se da heterogeneidade na maneira de perceber o texto). A sinalização vertical provisória é continuação da regulamentadora prevista no *CTB, então: Não invente! Outro complicador é o fato de estarem trabalhando todas em caixa alta, que se misturam e dificultam a leitura pelo fato de ficarem embaralhadas, as fontes empregadas não respeitam a proporcionalidade da velocidade da via em relação a sua altura(tem critério, sabiam?), enfim existe ciência na sinalização e foram simplesmente esquecidas, quer seja por desconhecimento ou incompetência, quem não pode pagar o pato são os contribuintes!
Não estou aqui para criticar, simplesmente, quero ver minha cidade como modelo em informação ao contribuinte e turistas, massss está difícil! Tem muito curioso na praça.
Quero deixar claro que tudo que postei sobre sinalização são normas e técnicas que já existem, não inventei absolutamente nada, nem estou aqui para julgar ninguém, me desculpem mas não sou cego!

*CTB = Código de Trânsito Brasileiro
**BRS = Bus Rapid System, “Sistema de Ônibus Rápido

Críticas ao fechamento